Liguei a televisão e havia um debate entre jornalistas, artistas e músicos sobre a guerra que ocorre no Rio de Janeiro nesses últimos dias (dias?? meses? anos???).
Sim... foi a maior ação contra o narcotráfico da história do Brasil.
Sim... a polícia, unindo-se a outras forças, são capazes de detê-lo.
Sim... hoje sabemos que se unidos em busca de um bem comum, o mal pode ser combatido.
Mas então pare para refletir... será que o lado que você está é o lado que vc quer ficar?
Eu, por princípio, não dou meu dinheiro nas mãos de bandido. Seja do ramo que for (drogas, madeira ilegal, cd's e dvd's piratas, etc). Não admiro a riqueza ilegal, sinto apenas desprezo pelo dinheiro "sujo". Os brasileiros se acostumaram a achar que feio é quem mata com as próprias mãos. Os que matam indiretamente, que prejudicam milhares de famílias são apenas "bacanas", poderosos com desvio de caráter e conduta.
Fico impressionada com a paparicação que há hj em dia a pessoas que nunca fizeram NADA a não ser ganhar dinheiro mesmo que explicitamente roubado, traficado, encomendado. Há muitas pessoas que admiram esse poder e o respeitam sem nem mesmo saber o porquê, sem saber todo o prejuízo que ele representa.
Um tempo atrás me deparei com uma situação interessante...
Sempre fui politicamente correta principalmente no que diz respeito ao meio ambiente. Pois bem, estava procurando um banco para a minha mesa de jantar em madeira rústica e me deparei com uma situação ridícula mas creio que muitíssimo comum a todos.
Na estrada que liga Itatiba a Jundiaí haviam (há) vários pontos de venda de móveis desse tipo. Procurei alguns bancos por lá, e quase comprei quando parei para pensar: "de onde vem essa madeira?".
Perguntei e obtive a resposta que já imaginava: Sim, essa madeira são árvores nativas cortadas (não nessas palavras, é claro).
Não senti desprezo pelo vendedor, ele é apenas uma vítima social, mas sim das pessoas que chegavam em seus carrões e levavam uma mesa, um banco, um aparador.......
O pior é que depois fui em outras lojas de móveis de madeira de demolição (o preço era mais que o dobro) e em alguns momentos me deparei com pensamentos do tipo: Ah... só um banco... será que vale mesmo pagar o dobro do preço?
Realmente a concorrência é desleal. O móvel de demolição ou a madeira manejada é mais cara que a nativa por motivos óbvios (a madeira manejada é uma madeira que foi extraida da floresta através de um planejamento cuidadoso e com uso de técnicas de exploração de baixo impacto, no caso da madeira de reflorestamento, foi plantada e cultivada por alguém há muitos anos para o devido fim, ou a de demolição que foi reciclada de uma casa antiga, muitas vezes comprada e transformada em um lindo móvel. Toda essa pesquisa, toda a burocracia envolvida, tudo isso custa. Já a nativa estava lá, porque a natureza quis assim, com baixo custo, mas com um prejuízo enorme ao meio ambiente).
Tenho consciência que muitas pessoas optam pela resposta contrária a minha mas eu optei pelo banco de demolição mais caro e com certificação.
Até quando seremos tão egoístas? Quando iremos perceber que enquanto houver quem compra, haverá gente vendendo?!
Há que se pensar o lado que queremos ficar.
Enquanto houver gente pensando que maconha não é droga, o poder do tráfico permanecerá.
Enquanto houver quem compre madeira ilegal, muitas árvores seculares cairão.
Enquanto houver gente pensando que comprar dvd pirata não é crime, muita gente enriquecerá. E muitas pessoas ainda serão prejudicadas e morrerão para benefício dos maiores, os comandantes que mandam matar, que ficam cada dia mais ricos e poderosos.
Não estamos sozinhos neste mundo... somos exemplos para muitos, temos que nos dar o respeito e nos posicionarmos de modo veemente.
Não sei quantas árvores nativas caem por dia, mas posso dizer que uma árvore inteira continua em pé porque eu disse não!

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